sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Quando vem a calma

Pintura de Isabel Guerra - Sin otra luz ni guia sino la que en el corazón ardía
As situações que ocorrem em hospitais podem até ser comuns para quem neles trabalha; mas para pacientes e familiares aquele é um ambiente estranho ao seu cotidiano. Assim, é essencial que treinemos a forma de agir nessas situações. É neste treinamento que se baseia esse relato...
A acompanhante chegou muito revoltada. Estava preocupada com o companheiro que havia se acidentado, mas que estava "desesperado" para voltar logo para sua casa. O médico chegou e recebeu os papéis para dar alta. Parecia que ela havia segurado o choro o dia todo, sua voz embargada denunciava essa verdade. Quando o médico se retirou, ela começou a dizer que não aguentava mais estar ali, que era uma falta de respeito e tudo mais.
Na espera de uma Emergência, o clima é sempre "nervoso demais": QUALQUER MANIFESTAÇÃO DOS PACIENTES É UMA PORTA PARA QUE OS DEMAIS COMECEM A SE INQUIETAR. Aproximei-me dela e, reservadamente, contei que o médico esteve ocupado e que só agora poderia atender. Falei que entendia que ela estava muito preocupada com o namorado acidentado, mas eu pedia que ela tivesse um pouco de calma para que os outros pacientes não ficassem também nervosos.
Nesse momento, aquela mulher já angustiada começou a chorar e disse que já estava ali há muito tempo, que tinha medo que acontecesse alguma coisa com o companheiro e perguntou se era grave o que ele tinha.
Após a análise dos exames e do paciente, o médico já havia atendido o paciente e eu já estava entretida em outra atividade; a acompanhante chamou-me e pediu desculpas pela grosseria, que eu tentasse entender a sua aflição.
Cada pessoa tem a sua forma de agir diante de cada situação e, como eu disse, nós estamos preparados para o ambiente hospitalar, os pacientes e acompanhantes não. Cabe a nós procurar compreender as diferentes situações e não permitir o sofrimento evitável do próximo!

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